Hoje a gente vai fugir um pouquinho do tema central aqui do CG, mas é por um bom motivo: o dia das mães!
Quando criança eu conheci uma poesia de Sylvia Orthof que nunca mais esqueci. Ela se chama ‘Se as coisas fossem mães’ e a autora compara as qualidades das mães com gestos e delicadezas no dia-a-dia.
Hoje eu compartilho com vocês como forma de homenagear todos os tipos de mães que me acompanham no CG.
Se as coisas fossem mães – Sylvia Orthof
Se a lua fosse mãe, seria mãe das estrelas,
o céu seria sua casa, casa das estrelas belas.
Se a sereia fosse mãe, seria mãe dos peixinhos,
o mar seria um jardim, os barcos seus caminhos.
Se a casa fosse mãe, seria a mãe das janelas,
conversaria com a lua sobre as crianças estrelas,
falaria de receitas, pastéis de vento, quindins,
emprestaria a cozinha para a lua fazer pudins!
Se a terra fosse mãe, seria a mãe das sementes,
pois mãe é tudo que abraça, acha graça e ama a gente.
Se uma fada fosse mãe, seria mãe da alegria,
toda mãe é um pouco fada… Nossa mãe fada seria.
Se uma bruxa fosse mãe,
seria mãe gozada:
seria a mãe das vassouras, da Família Vassourada!
Se a chaleira fosse mãe, seria a mãe da água fervida,
faria chá e remédio para as doenças da vida.
Se a mesa fosse mãe,
as filhas, sendo cadeiras,
sentariam comportadas,
teriam “boas maneiras”.
Cada mãe é diferente: mãe verdadeira, ou postiça,
mãe vovó e mãe titia, Maria, Filó, Francisca,
Gertrudes, Malvina, Alice,
Toda mãe é como eu disse.
Dona Mamãe ralha e beija,
erra, acerta, arruma a mesa,
cozinha, escreve, trabalha fora,
ri, esquece, lembra e chora,
traz remédio e sobremesa …
Tem pai que é “tipo mãe”…
Esse, então, é uma beleza!
E claro, não poderia faltar a versão do CG: