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Comidas típicas fortalecem economia como símbolos regionais no Brasil

15/09/2025

A culinária exerce papel fundamental na preservação da cultura, identidade coletiva e no estímulo à economia em várias cidades do Brasil. Pratos tradicionais, que muitas vezes nascem de cozinhas familiares ou em saberes transmitidos de geração em geração, hoje se transformam em símbolos regionais. É o caso do doce de leite de Viçosa, em Minas Gerais, e do tacacá, em Belém; duas receitas que movimentam negócios e encantam turistas.

A força das comidas típicas vai além do paladar: geram renda, atraem visitantes, impulsionam empreendimentos e criam conexões entre quem prepara e consome. Para bares e restaurantes, incluir pratos regionais no cardápio reforça a autenticidade das casas e o vínculo com a cultura local. Nesse sentido, a gastronomia regional se consolida como ativo estratégico do setor.

 

 

Doce de leite de Viçosa: orgulho mineiro com sabor de infância

O interior de Minas Gerais, na região da Zona da Mata, jamais imaginou que um doce se tornaria símbolo afetivo, cultural e econômico: o famoso doce de leite da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Produzido desde a década de 1980, o produto ganhou fama nacional e virou referência de qualidade em concursos e premiações. Mas, além do reconhecimento técnico, o doce ocupa um lugar especial na memória afetiva de quem cresceu na região – e aparece com frequência nas prateleiras e cardápios da cidade.

O chef José Zaharam Rodrigues Júnior, do restaurante Casa Cedrus, não esconde o carinho que tem pelo produto. “Quando se fala em doce de leite no meu restaurante, sempre é Viçosa. Ele é base de sobremesas como rocambole e torta de banana. Minha boca até saliva ao lembrar do clássico doce de leite com queijo minas”, conta. Para ele, o doce carrega a essência da culinária mineira: simplicidade, tradição e sabor.

Apesar de ainda pouco explorado na alta gastronomia local, o chef acredita no grande potencial do doce de leite Viçosa para compor receitas mais elaboradas e criativas. “Ele representa a autêntica receita mineira: leite e açúcar. É gosto de infância, das fazendas, das cidades do interior. É mais que um produto — virou patrimônio”, afirma.

Recentemente, o doce de leite passou a ser exportado para os Estados Unidos, levando consigo o nome da cidade e da universidade. A repercussão trouxe visibilidade para Viçosa e pode impulsionar o turismo gastronômico da região. “É um orgulho ver um produto tão nosso ganhando o mundo. E isso ajuda a colocar Viçosa no mapa não só da educação, mas também da gastronomia”, destaca o chef.

Além de encantar os moradores locais, o doce de leite também atrai visitantes. Muitos turistas que chegam à cidade buscam o produto como lembrança ou como experiência gastronômica. Restaurantes e docerias que apostam na valorização do ingrediente ganham pontos com o público e se destacam no mercado.

 

 

Tacacá: uma cuia de cultura e resistência no coração da Amazônia

No norte do país outro prato exerce papel fundamental na economia e na cultura de uma região: o tacacá. Feito com tucupi, jambu e camarão seco, o caldo quente e aromático é servido em cuias e integra o cotidiano dos paraenses, consumido nas ruas, nas casas e nos restaurantes. Em Belém, o tacacá vai além da comida – é um ritual, uma conexão com as raízes indígenas e uma demonstração do espírito comunitário do povo amazônico.

“O tacacá é muito mais do que um prato típico; ele é uma representação viva da história e da cultura do nosso estado”, afirma Rafael Barros, proprietário do restaurante Amazônia na Cuia. Para ele, cada cuia servida conta a história da sua gente. “Ele carrega memórias afetivas, ancestralidade e a riqueza dos ingredientes amazônicos. Servi-lo é celebrar tudo o que o Pará representa”, diz.

Segundo ele, o impacto do prato alcança toda a cadeia. O tacacá movimenta desde pequenos produtores e feirantes até grandes empreendimentos da gastronomia. “As barracas de rua vendem tacacá desde o século passado. É algo que move a economia e incentiva o turismo. A gente começou com 5m², e o tacacá sempre esteve com a gente”, conta o empreendedor.

A valorização do prato típico também serve como estratégia de posicionamento para o Amazônia na Cuia. “Não vendemos apenas comida. Oferecemos uma experiência cultural. O tacacá é um símbolo da hospitalidade e da força do nosso povo. Ele conecta as pessoas à sua terra, à sua história”, diz Rafael.

 

Sabores que geram valor

Casos como os de Viçosa e Belém mostram como as comidas típicas brasileiras geram valor econômico e cultural. Ao mesmo tempo em que alimentam, elas preservam histórias, impulsionam negócios e promovem destinos. Para bares e restaurantes, a aposta em receitas regionais também representa uma maneira de se diferenciar no mercado e reforçar sua identidade.

A autenticidade virou um diferencial competitivo em meio a globalização. E a gastronomia, com sua força simbólica e emocional, está no centro dessa transformação. Ao valorizar os ingredientes locais, as tradições e os saberes populares, empreendedores do setor de alimentação fora do lar ajudam a construir um Brasil mais saboroso, diverso e conectado às suas raízes.

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Iago Cavalcanti

Iago Cavalcanti

Despertei interesse pela gastronomia ainda criança. Aos 7 anos fiz brigadeiro na casa da minha avó depois de achar a receita numa coleção de confeitaria que eu costumava folhear escondido. Na adolescência cozinhar virou um hobby e criei o Conversa Gastronômica ainda na faculdade. Sou jornalista formado pela Universidade Potiguar e levo a vida de “gastrônomo” blogueiro como profissão.

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